novembro 01, 2023 5 min ler
Efeito das camisetas posturais na lombalgia em trabalhadores rurais.
Resumo: Introdução:As causas mais comuns de adoecimentos nos trabalhadores rurais estão relacionadas com as excessivas demandas físicas do trabalho, sendo que as Doenças Osteomusculares (Dort) são as que mais afetam os trabalhadores, ocasionando dor lombar. Entre os processos de dor, destacam-se as lombalgias, em função da alta incidência, pois se estima que entre 60% e 80% dos indivíduos, em geral, sofrem de sintoma de dor lombar em algum momento da vida. As camisetas posturais possuem uma tecnologia conhecida como Neurobands, que constituem toda a camiseta, substituindo o kinesiotape, muito utilizado por fisioterapeutas na tentativa de alinhamento muscular e postural. A camiseta postural com neuroband traz consigo benefícios como: melhora da ativação muscular, melhora da propriocepção devido ao estímulo tátil gerado pela camiseta, melhora de fluxo sanguíneo em artéria braquial. Podendo ser útil em pacientes com dores lombares devido às alterações posturais apresentadas e decorrentes ao ambiente de trabalho.
Conclusão:As camisetas Posturais mostram-se muito eficazes no auxílio do tratamento do paciente, podendo ser usada no dia a dia do paciente, em casa, ou durante sessões de fisioterapia, ou até outras atividades físicas, evitando dores.
A saúde do trabalhador tem-se constituído em um tema central de pesquisas no campo da saúde pública, investigando as condições de trabalho que podem predispor ao adoecimento. A pesquisa realizada por Moreira et al. (2015) buscou analisar a saúde de trabalhadores da atividade agrícola no Brasil, identificando a percepção de saúde e as morbidades referidas no banco da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), e evidenciou que a ocupação agrícola diminuiu a chance dessa população referir sua saúde como boa e aumentou a chance de referir doenças na coluna vertebral, enfermidade que geralmente traz a dor como sintoma associado.
As causas mais comuns de adoecimentos nos trabalhadores rurais estão relacionadas com as excessivas demandas físicas do trabalho, sendo que as Doenças Osteomusculares (Dort) são as que mais afetam os trabalhadores, ocasionando dor lombar (ALVES; GUIMARÃES, 2012).
A elevação e transporte de cargas pesadas, flexão e extensão prolongada e repetida da coluna e movimentos repetitivos estão entre os fatores de risco para o desenvolvimento de lesões e quadros álgicos (FATHALLAH, 2010).
Entre os processos de dor, destacam-se as lombalgias, em função da alta incidência, pois se estima que entre 60% e 80% dos indivíduos, em geral, sofrem de sintoma de dor lombar em algum momento da vida, sendo mais comum entre os 25 e 60 anos de idade (HAMILL; KNUTZEN, 2012).
Estudo na região sul do Brasil identificou prevalência de 63,1% de dor nas costas, sendo a região lombar a mais referida (40%) (FERREIRA ET AL., 2011). Estudos apontam que a adoção de uma vida ativa se constitui em fator de proteção para uma vida saudável, sendo que quanto mais ativo um indivíduo for, menor será o número de enfermidades (VIDMAR; POTULSKI; SACHETTI, 2011; MATSUDO; MATSUDO; BARROS NETO, 2011).
Esses autores entendem que a atividade física é um fator de proteção funcional para a ida humana, e por isso necessária, em todas as faixas etárias. Reforçando essa questão, para manter-se ativo, há que se manter boa flexibilidade, componente essencial da aptidão física que, associada a níveis adequados de força, melhora a eficiência do movimento e reduz a incidência de distensão muscular, aspecto fundamental para evitar quadros álgicos (HAMILL; KNUTZEN, 2012).
Tanto a força quanto a flexibilidade muscular são frequentemente relacionadas com a dor lombar, especialmente quando há retração de isquiotibiais, banda iliotibial; fraqueza da musculatura abdominal e eretores espinhais (HAMILL; KNUTZEN, 2012), o que pode predispor a uma maior incidência de quadros dolorosos. O trabalho no ambiente rural envolve atividades físicas como caminhadas frequentes, transportes de materiais e produtos, levantamento de peso e o contato direto com agentes físicos, químicos e biológicos de diferentes naturezas. Assim, o desenvolvimento de agravos à saúde, como dores lombares e a perda da flexibilidade, podem estar associadas à sobrecarga de atividades relacionadas com o trabalho e com a falta de atividades preventivas ou compensatórias.
O termo DORT é referente aos Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho que começou a ser utilizado para substituir o termo LER. Isso aconteceu por dois motivos: Pelo fato de que grande parte dos trabalhadores que sentem dores no sistema musculoesquelético não apresenta lesão nas estruturas, e pelo fato de que, além do esforço repetitivo, outras formas de sobrecargas no trabalho também prejudicam o trabalhador. Podemos citar como exemplo a sobrecarga estática, o excesso de força para realizar as atividades laborais, bem como realizar os trabalhos com posturas inadequadas. Dessa forma, o termo DORT é o mais adequado, pelo fato de abranger todos os sintomas e todas as espécies de sobrecargas encontradas no ambiente de trabalho. Entretanto, é preciso ter cautela, pois o termo DORT não é rigorosamente científico, ele somente é usado para substituir o termo LER e por isso ele vem sendo questionado por evidências científicas, que também questionam o termo LER.
Com o tempo prolongado de trabalho podem ocorrer alterações biomecânicas, como: desequilíbrio muscular entre força extensora e flexora do tronco e diminuição da estabilidade e mobilidade do complexo lombo-pelve-quadril, sendo fatores desencadeantes de dores na porção inferior da coluna, o que demonstra a importância dos períodos de pausa durante a jornada de trabalho para a realização de exercícios que podem apresentar bons resulta dos no combate e prevenção de distúrbios ocupacionais.
Os exercícios físicos promovem flexibilidade dos músculos e aumento da amplitude articular, além de favorecer o alívio dos sintomas. Já o uso de exercícios de fortalecimento do tronco para a estabilização lombar é recomendado pela literatura. Estes exercícios de reeducação do controle motor são conhecidos como exercícios de estabilização. Eles estimulam a força muscular funcional, a propriocepção e reforçam o sinergismo muscular local e global, trabalhando os flexores e extensores do tronco, proporcionando uma maior resistência ao nosso organismo frente às adversidades do dia à dia.
Devido aos altos índices de incidência e à sua etiologia multifatorial, muitas vezes relacionada a causas mecânico-posturais, torna-se a fisioterapia uma importante indicação para o tratamento da doença. Cinesioterapia, “Escola de Postura” e terapia comportamental parecem ser as intervenções mais promissoras para o tratamento da dor lombar crônica. Atualmente, fisioterapeutas que atuam na saúde coletiva, desenvolvem grupos cinesioterapêuticos para o tratamento de pacientes com dor lombar, aliados aos princípios da “Escola de Postura”, entretanto sem comprovação de ser mais eficaz que a fisioterapia habitual. A “Escola de Postura” é uma alternativa no treinamento postural que visa ampliar o foco na atenção primária, englobando ações de educação e promoção à saúde com enfoque na biomecânica da coluna, postura e ergonomia. Estudos confirmaram a eficácia do programa não só como tratamento das disfunções musculoesqueléticas, mas também para a qualidade de vida. Sendo assim, considera- -se a intervenção fisioterapêutica em grupo como alternativa para o tratamento de pacientes com lombalgia.
As camisetas posturais possuem uma tecnologia conhecida como Neurobands, que constituem toda a camiseta, substituindo o kinesiotape, muito utilizado por fisioterapeutas na tentativa de alinhamento muscular e postural. A camiseta postural com neuroband traz consigo benefícios como: melhora da ativação muscular, melhora da propriocepção devido ao estímulo tátil gerado pela camiseta, melhora de fluxo sanguíneo em artéria braquial. Podendo ser útil em pacientes com dores lombares devido às alterações posturais apresentadas e decorrentes ao ambiente de trabalho.
As camisetas Posturais mostram-se muito eficazes no auxílio do tratamento do paciente, podendo ser usada no dia a dia do paciente, em casa, ou durante sessões de fisioterapia, ou até outras atividades físicas, evitando dores.
LEITE; SANTOS; ARAÚJO; NETO; Dor lombar e exercício físico: uma revisão sistemática;Revista Baiana de Saúde Pública; 2015.
KORELO; RAGASSON; LERNER; MORAIS; COSSA; KRAUCZUK; Efeito de um programa cinesioterapêutico de grupo, aliado à escola de postura, na lombalgia crônica- Effect of group program of kinesiotherapy with Back School for chronic low back pain; Fisioter. Mov., Curitiba, v. 26, n. 2, p. 389-394, abr./jun. 2013.
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