novembro 29, 2023 6 min ler
Introdução:
A dor cervical e uma das dores mais comuns do sistema musculoesquelético. É estimado que 9,5 a 22% das pessoas tenham dor cervical. Estas dores podem incluir dores cervicais com ou sem irradiação para os membros superiores e podem vir associadas ou não a dor de cabeça (cefaleia).
As dores cervicais podem ser causadas por muitas patologias especificas como tumores, infecções, doenças inflamatórias ou reumatológicas, sequelas de traumas e até doenças congênitas, a cervicalgia também pode ser definida como uma dor localizada na parte posterior do pescoço e superior das escápulas ou zona dorsal alta, que não se acompanhada de sinais característicos de radiculopatia. Porém nenhuma causa orgânica especifica pode ser encontrada na maioria dos casos e os sintomas costumam ser muito inespecíficos. A dor cervical pode se originar de alterações degenerativas (envelhecimento) das estruturas da coluna cervical como discos, facetas e ligamentos assim como acontece na coluna lombar.
O paciente com dor cervical pode ter vários padrões de dor diferentes. A dor pode ser puramente na face posterior do pescoço, pode acometer algum dos lados do músculo trapézio, supraespinhosos, romboide e escalenos. Pode ainda acometer o face inferior da mandíbula, dentes e como citado anteriormente pode causar cefaléia.
Os pacientes com dor cervical em geral têm algum tipo de alteração na ergonometria do trabalho ou em suas atividades diárias. Pacientes que trabalham com funções associadas a posturas fixas como dentistas, cirurgiões, pessoas que ficam muitas horas trabalhando em computadores estão sujeitas a episódios frequentes de dor cervical.
A dor cervical pode vir associada a outras síndromes muito comuns como tendinites e bursites, principalmente dos ombros, fibromialgia e outras síndromes miofasciais (dores musculares) como a clássica síndrome miofascial do músculo romboide.
É muito difícil diferenciar as dores musculares (síndromes miofasciais) das dores cervicais devido a alterações degenerativas propriamente ditas.
Outra causa comum da dor cervical crônica é a síndrome do chicote. Pacientes que foram submetidos a acidentes com algum tipo de movimento tipo chicote (aceleração e desaceleração) podem desenvolver dor crônica. O mecanismo deste tipo de dor é puramente especulativo sendo que a formação de algum tipo de fibrose intramuscular pode estar associada.
Causas por traumas:
As lesões da coluna cervical podem sem divididas com respeito a sua localização em lesões da coluna cervical alta e baixa. As lesões altas são aquelas que acometem o occipício e a primeira ou segunda vértebras cervicais, enquanto que as lesões baixas são aquelas que ocorrem entre a terceira e sétima vértebras. Dor cervical, edema local ou desalinhamento dos processos espinhosos a palpação são dados importantes e devem ser pesquisados. Desvios rotacionais e edemas cervicais anteriores também podem representar lesões graves da coluna cervical. Além disso, escoriações e equimoses na face podem ser o resultado de um impacto direto sobre esse local com possíveis repercussões na coluna.
Nos exames de imagem o alinhamento das linhas e a harmonia das curvas devem ser mantidos. Qualquer quebra em uma dessas linhas ou aumento de espaço entro os processos espinhosos pode representar uma lesão cervical. O aparecimento de uma cifose maior que 11° também sugere lesão ligamentar. Além disso, atenção deve ser dada a possíveis translações ou perdas de altura dos corpos vertebrais.
Fratura do côndilo occipital:
Essas fraturas ocorrem devido a traumatismos de alta energia e lesões associadas são muito comuns e variadas. Podemos observar fraturas da coluna cervical, principalmente C1 e C2, lesões do sistema nervoso central e lesões de outros órgãos internos.
Fraturas de Atlas:
Raramente estão associadas a alterações neurológicas. Déficit neurológico pode existir quando há associação com uma fratura do odontóide ou lesão dos ligamentos alares ou ainda do ligamento transverso.
Lesões cervicais baixas:
As lesões cervicais baixas ou subaxiais são aquelas que acometem de C3 a junção cervico torácica (C7-T1). As vértebras desse segmento são as menores da coluna cervical e guardam entre si características anatômicas semelhantes. O corpo vertebral é maior no sentido transversal do que no sentido antero-posterior, a superfície do platô vertebral superior é côncava e delimitada bilateralmente pelos processos unciformes que se articulam com a vértebra acima formando as articulações de Luschka. Já a superfície inferior do platô vertebral é convexa. O canal vertebral apresenta forma triangular. Os processos espinhosos são curtos e bífidos sendo que o de C7 é o mais proeminente. O processo transverso é uma projeção do corpo vertebral bilateralmente em que se localiza o forame da artéria vertebral. Na grande maioria dos casos o forame de C2 a C6 contém a artéria vertebral enquanto o forame de C7 não. Ainda em relação ao processo transverso, este contém o chamado tubérculo anterior, que é uma estrutura de inserção muscular. Sendo que na vértebra C6 este se encontra facilmente palpável, recebendo o nome de tubérculo de Chassaignac. Entre cada vértebra existem os chamados forames de conjugação, por onde emergem as raízes cervicais, que se localizam logo atrás da artéria vertebral. Cada vértebra conta ainda com duas massas laterais posteriores e quatro superfícies articulares. As superfícies estão anguladas 45 graus com a horizontal, duas direcionadas para cima e para trás e duas direcionas para baixo e para frente (Sobral et al; 2010).
Fisioterapia nas alterações e dores cervicais:
A Terapia de Liberação Posicional (TLP) vem avançando e se desenvolvendo continuamente a partir das contribuições de muitos médicos e pesquisadores. É um instrumento da fisioterapia que visa a uma harmonização no sistema musculoesquelético, cujos princípios englobam técnicas que aproximam origem e inserção muscular passivamente (8, 9). Sua característica principal é o posicionamento específico dos segmentos corporais com a finalidade de aliviar a dor de pontos sensíveis, os quais podem surgir em qualquer tecido somático, como músculos, fáscias, ligamentos, tendões, cápsula articular, sincondroses, suturas cranianas, periósteo e osso. Estes pontos podem ser identificados à palpação sob a forma de nódulos pequenos (de 0,25 a 1,0 cm), geralmente localizados nos tecidos subcutâneo, muscular ou fascial, provocando irritação tecidual, tensão muscular e dor (Sobral et al; 2010).
Assim, a finalidade da TLP é beneficiar o paciente no alívio das dores e espasmos musculares (9). Há hipóteses de que a técnica atua favorecendo o equilíbrio do tônus, pois parece afetar a atividade proprioceptiva inapropriada; a normalização da tensão fascial, ocorrendo uma ação relaxante do tecido; diminuição da hipomobilidade articular, em virtude do relaxamento dos músculos e tecidos fasciais afetados; melhoria da circulação e redução do edema, graças ao relaxamento das estruturas musculoesqueléticas; redução da dor, em resposta ao alívio do espasmo; e aumento da força, uma vez que a técnica restaura o tônus e a função normal dos músculos envolvidos (Sobral et al; 2010).
Cineseioterapia:
Nos casos de dores cervicais crônicas relacionadas ao mau posicionamento postural, a cinesioterapia apresenta caráter importante, promovendo relaxamento e melhor mobilidade das estruturas previamente.
Alignmed®Brasil e camisetas posturais:
As camisetas posturais podem trazer inúmeros benefícios, desde o auxílio no alívio da dor, quanto na melhora do posicionamento postural. As camisetas posturais possuem uma tecnologia de neurobands que facilita um melhor posicionamento postural, melhorando assim, as dores, movimentação e facilitando nos processos de tratamento da dor, podendo ser utilizada nos longos períodos de trabalho, atividades físicas e no repouso.
Conclusão:
As camisetas posturais podem ser benéficas e trazer melhora na qualidade de vida de pessoas com dores cervicais, melhorando dor, postura e posicionamento.
Referências:
SOBRAL; A efetividade da terapia de liberação posicional (TLP) em pacientes com cervicalgia; Fisioterapia Brasi; 2010.
LIMA; COSTA; SILVA; Efeitos da quiropraxia em pacientes com cervicalgia: revisão sistemática;2012.
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